Edifício Martinelli

Contruído entre 1922 e 1930. Passou por uma reforma (que foi parte de um projeto de revitalização) na década de 70, durante o governo do prefeito Olavo Setúbal. Até o início do século, os prédios de nove ou dez andares existentes em São Paulo eram considerados arranha-céus. Foi quando o italiano Giuseppe Martinelli, nascido em Lucca, na Itália, com a intenção de perpetuar seu nome, anunciou a construção de um edifício de 25 andares e 100 metros de altura, todo em concreto armado - uma proeza arquitetônica.

Curiosidades

Localizado na esquina com a Rua São Bento, o Café Brandão foi demolido para dar lugar ao Martinelli.

Na época em que deram início à abertura das fundações para a construção do prédio, descobriu-se um rio subterrâneo. As soluções, complicadas e bastante caras, fizeram com que a firma abrisse falência. Os recursos financeiros voltaram alguns anos depois, mas a obra teve de ser tocada pelo próprio Giuseppe Martinelli e seu sobrinho, Ítalo.

Dez anos após sua inauguração, o Edifício Martinelli perde a posição de prédio mais alto para o Edifício sede do Banespa, com 35 andares e 161,22 metros de altura.

Para provar que a construção era segura, o comendador Martinelli foi morar em um palacete no topo do Edifício. Sua decoração semelhante àquela usada pelos construtores italianos e acabamento luxuoso consistiam em pisos e escadas em mármore de Carrara, ferragens inglesas, portas e janelas em pinho de riga e cimento rosa importado da Suécia.

Do terraço que cerca a mansão do comendador, palco de suntuosas festas promovidas pela elite paulistana nos anos 30, é possível ter uma visão panorâmica da cidade.

O Edifício, que simbolizava a grandeza e era o orgulho de São Paulo, ficou famoso em um momento em que a cidade era tida como o maior Centro industrial da América Latina. Além disso, o Martinelli simbolizou a imigração bem-sucedida.

Diferentemente de hoje em dia, o Edifício Martinelli abrigou, em seus tempos áureos, o cinema mais luxuoso da cidade, inaugurado pelo duque de Windsor - o Cine Rosário - que recebia, aos fins de semana, a alta sociedade de São Paulo, que aproveitava para passear pelo Largo São Bento.

Vários partidos políticos tiveram suas sedes no prédio: o antigo PRP, o PC, o PI e, por último, a UDN. Também tiveram sede no mesmo endereço os clubes paulistas Palestra Itália (hoje Palmeiras), a Portuguesa de Desportos e o extinto IT Clube.

O livro "O último mamífero do Martinelli", de Marcos Rey, conta a história de um fugitivo político na época da ditadura militar no Brasil e suas descobertas pelas salas abandonadas do prédio. Serviço:
O Edifício Martinelli tem três entradas:
Rua São Bento, 405 / Rua Líbero Badaró, 504
Pabx. 3104-3693
Site: www.prediomartinelli.com.br
Próximo ao Metrô São Bento